"SONHOS" - Cap. 2 - Acordada?

PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS

CAPÍTULO 3

ACORDADA?

Acordei com o despertador tocando.

Despertador?

Faz quase 4 meses que não acordo neste horário. Sempre acordo antes. Fazia tempo que não dormia assim tão gostoso.

O sonho!

É isso.... Eu não sonhei com o Rafael. 

Mas porque? Será que é só porque.... Não não.... Não deve ter nada haver. Ou será que tem?

Gente eu não sou louca.... Só um pouquinho... Mas nunca me senti tão confusa. 

Não pode ser que agora que estou conversando com ele os sonhos vão parar. 

Não sei se fico agradecida ou chateada.

Era tão bom sonhar com ele... Sentir ele em meus braços. Fico sonhando acordada. Quando o celular começa a tocar.

- Mari, aonde você está? Tem pacientes aqui e não posso fazer tudo sozinho. Grita Tadeu, meu primo e chefe.

Pqp... Tô atrasada....atrasada é pouco.... Estou mega atrasada. E ainda tenho que deixar Matheus na minha mãe.

Corro tomar um banho e me trocar, chamo Patrícia (minha secretária do lar) pra trocar Matheus e deixar-lo pronto (ainda bem que ele já tomou café). 

Realmente estou sendo uma péssima mãe. Mas tudo culpa de Rafael que me tira o juízo.

Saio correndo, deixo Matheus (eu amo muito esse menino, acho que vou levá-lo no cinema hoje a noite). E vou trabalhar. Estou tão louca que quase bato o carro 4 vezes. Mas enfim chego sã e salva. Quando chego a portaria estou descabelada e com cara de louca.

Seu João, o porteiro me chama quando estou quase entrando no elevador.

- Sra. Mari! Tem uma encomenda pra senhora. Fala seu João

- Seu João, quantas vezes tenho que dizer que é só Mari. Odeio esse senhora, me sinto tão velha!! Falo fazendo careta.

- Está bem MARI. Mas é que é difícil, são as regras. Mas assine aqui, enquanto vou buscar. Ele fala.

Assino o caderninho e espero. Quase tenho um treco quando seu João sai pela porta dos funcionários. Ele está trazendo duas 2 de rosas vermelhas.

- Deve estar havendo algum engano seu João. Isso não é meu. Falo ainda de boca aberta. Mas são tão lindas. Bem que podia ser verdade e serem minhas. Amo flores. Mas não existe ninguém que poderia me dar flores, e também, nem é meu aniversário.

- São suas sim. Tá escrito aqui no cartão e o entregador confirmou seu nome e o endereço de entrega. Fala seu João.

Pego as flores, ainda meio boba. Elas não são só lindas, são cheirosas demais. Agradeço seu João e vou trabalhar, antes que Ricardo me de as contas. Entro no elevador e leio o cartão.

"Bom dia minha linda! Desejo que seu dia seja maravilhoso! Bj "

Quem me mandou isso? Não tenho nenhum admirador. Bom agora não é hora de pensar nisso. Chego no consultório e coloco as flores na água. Depois vou tentar descobrir quem me mandou.

Trabalho normalmente. Saio pra almoçar (na lanchonete como sempre, eles têm um ótimo cardápio). Estranhei ver Rafael lá. Não nos falamos apenas no cumprimentamos. Meu almoço transcorre normalmente. Volto a trabalhar. Lá pelas 2 da tarde, aparece um entregar com mais flores. Mais flores?

- Sra. Mariani Silveira? Pergunta.

- Sim sou eu mesma. Respondo.

- A senhora poderia assinar aqui pra mim, por favor? Fala o rapaz.

Assino e recebo as flores. Só que agora são flores do campo. Lindas e cheirosas. Procuro pelo cartão, abro e fico mais uma vez de queixo caído.

"Flores simples, mas de uma beleza e força fora do comum. São as flores mais resistentes. Assim como você de uma beleza admirável e de uma força surpreendente. Ótima tarde pra você. Bj"

Pqp.....quem ta me mandando essas mensagens. Estou ficando cada hora mais intrigada. Guardo as flores e volto a trabalhar. Quase final da tarde compro os ingressos pra assistir Jurassic Word as 20 hrs. Matheus adora dinossauros. Hora de ir embora. Ricardo me ajuda o fechar o consultório, já que o ultimo paciente saiu agora.

- E ai, vai fazer o que com essas flores? Pergunta Ricardo.

- Vou levá-las pra casa né. O que mais iria fazer com elas? São tão lindas. Falo.

- E ganhou de quem? Pergunta

- Se eu te falar que não faço a mínima idéia. Você iria acreditar em mim? Respondo.

Ele dá uma gargalhada, e acabo rindo junto. A risada de Ricardo é contagiante.

- Cado, você, a Silvana e as crianças não querem ir comigo ao cinema hoje? Convido meu primo e sua esposa. - Matheus ficaria super feliz de ver o Dudu e a Bianca.

Já estamos na portaria quando ele responde.

- Desculpe Mari, mas hoje não vai rolar. Prometi levar as crianças naquele shopping que tem arvorismo. Responde-me.

- Então tá, marcamos pra outra hora. Manda um abraço pra Sil e as crianças. Respondo.

Ricardo se despede com um beijo no rosto e sai. E eu vou tentando equilibrar aquelas flores ate no carro. Mas no meio da calçada esbarro em alguém. Também, não consigo ver nada.

- Quer ajuda? Pergunta a pessoa.

Eu conheço essa voz. Meu Deus. Eu tinha que esbarrar justo no Rafael? O destino realmente é muito cruel comigo. O que ele vai pensar de mim? Que sou uma desastrada. Tudo bem que eu sou, mas ele não precisa saber disso.

- Não precisa, mas obrigada. Respondo.

Dou um tropeção no meu próprio pé e quase caio de cara no chão, só não cai porque Rafael me segurou.

- Deixa que eu ajudo. Antes que você seja atropelada. Fala com um sorriso no rosto.

- Obrigada. Respondo.

O que mais poderia fazer além de aceitar. Então ele retira as flores de meus braços e as olha. Depois pergunta.

- Ganhou de quem essas flores? Deve ser alguém que gosta muito de você?

Ai meu Deus, porque ele tinha que perguntar isso? Era justamente isso que tinha medo que me perguntasse.

- Não sei. Falei

- Como não sabe? Não veio cartão? Questionou-me Rafael.

- Não sabendo. Veio cartão sim, mas não estavam assinados. Falei baixo. Morrendo de vergonha de falar isso. - não tenho a mínima idéia de quem esteja me mandando essas flores. Não que eu não goste, pelo contrario. Mas é ruim não saber a quem agradecer.

Chegamos ao carro e então ele me entrega as flores e coloco no banco do passageiro. Então me viro pra ele pra me despedir.

- Obrigada pela ajuda. E obrigada por não me ter deixado cair. Agora tenho que ir buscar Matheus.

Entro no carro e abaixo o vidro antes de fechar a porta.

- Obrigada de novo. Falo.

- Não há o que agradecer. Mas pode me agradecer pelas flores de outra maneira. Ele fala baixo já dando as costas pra mim.

O que? Será que entendi direito? Mas eu agradeci pela ajuda com as flores...

Será....affff....Foi ele que me deu as flores.

Quando penso em sair pra agradecer e perguntar alguma coisa, vejo seu carro arrancando.

E agora? O que devo fazer? Depois penso nisso, agora tenho um compromisso.

Dari Polini

P.S. Todos os nomes são fictícios