PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS
CAPÍTULO 3
E AGORA?
Fui ao cinema com Matheus, nos divertimos
muito. O filme é muito bom. Com apenas alguns erros, tipo desde quando você
consegue fugir de um tiranossauro rex de salto alto? Ridículo né...mas tudo
bem.
Dei banho em Matheus, e coloquei-o na cama,
liguei a TV e fui para meu quarto. Tomei um banho bem gostoso. Estava
precisando relaxar, por isso optei pela banheira. Coloquei meus sais, liguei
uma musica e entrei. Adoro ficar na água.
Comecei a pensar em tudo que aconteceu nestes
últimos dois dias. Alguma coisa estava errada. Porque de uma hora pra outra
Rafael resolveu vir falar comigo? Mandar-me flores? Isso se foi ele mesmo. Mas
não tinha como não ser. Não depois dele mesmo ter disso isso.
Só havia um jeito de descobrir. Perguntando é
claro. Mas e se não foi ele? Gente, como odeio ficar em duvida. Mas melhor
perguntar do que ficar passar por mal agradecida.
Sai da banheira parecendo um maracujá de
gaveta de tão enrugada que estava. Passei meu hidratante de lavanda que adoro.
Afinal tenho manter meu corpo bem hidratado.
Tudo bem que não sou uma deusa escultural,
tipo rata de academia (eca, odeio academia). Mas adoro meus seios (que por
sinal não são pequenos, alias meu amigo Alan Marcelo os adora... adoro meu
amigo com benefícios... rsrsrs) e minhas coxas. Mas como toda pessoa que odeia
academia, tenho uma barriguinha saliente. Resultado da gravidez e de alguns
quilinhos a mais. Terminei de me hidratar, escovei os dentes e fui me deitar.
Fiquei deitada algum tempo, olhando o nada,
quando tomei coragem e enviei uma mensagem para Rafael.
“Boa noite! Não sei se
entendi bem, mas acho que foi vc q me enviou as flores. Se foi vc mesmo,
gostaria de agradecer. Como falei antes, são lindas! Obrigada :D ”
Enviei. Seja o que Deus quiser. Logo em
seguida veio a resposta.
“De nada! Não sabia se
vc iria aceitar se soubesse que eram minhas. Mas valeu a pena qdo vc disse que
adora flores.”
Logo em seguida mais uma mensagem
“Porque vc esta
acordada ainda tão tarde?” Perguntou.
“Voltei tarde do
cinema, ai ate dar banho em Matheus e tomar meu banho. Tava indo dormir.” Respondo. Também não
sei por que dei tantas explicações.
“E você pq tá acordado
ainda?”
Pergunto.
“Estava
pensando em você!” Responde.
Afff, de novo isso? Nem respondo mais. Vou
dormir.
No dia seguinte acordo com o despertador
novamente. Ainda bem que não desprogramei ele meses atrás quando os sonhos
começaram. Hoje não me enrolo na cama. Arrumo-me, levo Matheus e vou trabalhar.
Tudo normal, graças a Deus. Foi muita loucura
pra tão pouco tempo. Vou almoçar, volto a trabalhar. Fecho o consultório. E me
sinto feliz. Pelo menos um dia tranqüilo.
Saído do elevador distraída, não vejo que o
piso da portaria estava molhado. Escorrego e torço o pé direito. Seu João vem
desesperado pra me ajudar.
- Mari! Você esta bem? Pergunta assustado.
- Sim, seu João, só esta doendo a minha bunda
e meu tornozelo. Falo querendo me fazer de forte.
Mas dói pra caramba. Ainda bem que tenho uma
boa retaguarda porque senão, sei lá mais o que teria machucado.
Quando tento me levantar sinto mãos fortes me
ajudando. Que horas Rafael chegou que nem percebi? Ai não, porque ele sempre
tem que me ver nas piores situações? Que vergonha.
- Pode deixar João, eu cuido da Mari agora.
Fala Rafael.
- Sim Sr Medeiros. Responde seu João.
Seu João se afasta e Rafael me pega no colo e
segue em direção ao elevador.
- O que você esta fazendo Rafa? Pergunto
assustada – Me poe no chão.
- Vou ver esse seu pé. Alem do mais você não
pode dirigir assim. Venha. Ele responde.
Claro que me aproveito da situação, nunca
pensei em estar tão próximo dele, ainda mais em seu colo. Me apoio nele e sinto
seu cheiro amadeirado. Vamos ate o 5º andar. Deve ser o escritório dele. Já que
só tem uma porta.
Então ele me coloca no chão pra abrir a porta,
assim que a porta se abre, me pega de novo no colo. E coloca num sofá.
- Fica aqui. Vou buscar gelo. Ele fala já se
afastando.
Vejo-o fechar a porta e entra por um corredor.
Olhando em volta e me surpreendo com esse apartamento. Muito bonito, elegante,
assim como ele. Mas uma foto ao lado da lareira me chama a atenção. É uma foto
dele de terno do lado de uma loira, muito bonita, parece até modelo, vestida de
noiva.
Meu. Deus. Será que ele é casado e eu não
sabia? Eu estava dando atenção pra um homem casado. Cadê a mulher dele que
nunca vi? Que cafajeste. Tento me levantar, mas meu pé dói demais.
- O que você esta tentando fazer? Deixo-te
sozinha por 2 minutos e você já esta tentando aprontar? Fala Rafael com um
sorriso brincalhão no rosto. Ele esta com o gelo, uma pomada e uma bandagem nas
mãos.
Olho serio pra ele. Não consigo acreditar
nisso. Como ele pode agir assim? Como se fosse solteiro? Porque a Ju não me
falou nada? Sinto meu peito apertado e uma vontade de chorar. Será que posso
chorar? Posso usar o pé como desculpa.
- Estava querendo ver melhor aquela foto. Falo
apontando pra foto na lareira.
Rafael fecha a cara, e se abaixa aos meus pés,
retira meu tênis e a mai, colocando o gelo. Seu sorriso morreu, ele esta serio.
Ficou calado cuidando do meu pé.
- Ta doendo muito? Pergunta serio.
- Não. Respondo baixo.
O que foi que eu fiz? Porque ele mudou? Ta
tudo bem, sei que sou uma contradição em pessoa, mas prefiro ele sendo
simpático e sorrindo do que serio desse jeito.
Ele retira o gelo, passa uma pomada e enfaixa
meu pé. Se levanta e some naquele mesmo corredor.
Caramba, que bicho mordeu ele? Poderia pelo
menos falar alguma coisa.
Tento me levantar de novo, apoiando no pé
esquerdo. Vejo que consigo, então volto a sentar e tento colocar meu tênis. Quando
termino. Levanto-me. Nisso Rafael volta e fecha mais a cara (se isso for
possível, mas pelo visto é).
- O que você esta tentando fazer? Quer
machucar mais ainda o pé? Pergunta brabo
- Desculpe, mas não quero incomodar. Será que
você pode chamar um taxi? Tenho que buscar o Matheus. Falo já de pé.
- De jeito nenhum. Me dá o telefone da sua mãe
ou vou ligar pro Ricardo pedindo se sua mãe pode ficar com Matheus hoje. Você
não pode nem se cuidar sozinha, vai cuidar de uma criança como? Falou brabo.
- Quem você pensa que é pra falar assim
comigo? Você não é nada meu. Nem meu amigo. E não foi por falta de eu tentar.
Então não venha querer me dar uma lição de moral. Você não me conhece, não sabe
nada da minha vida. Sei me cuidar e cuidar de meu filho. Faço isso a anos,
sozinha, pois nem na época de casada meu ex ajudava. Então não venha você
querer dizer o que posso ou não fazer. Gritei em resposta
Odeio que me tratem como criança. Fernando
sempre quis fazer isso. Mas nunca estava presente pra me ajudar em nada.
Dou as costas pra Rafael e vou andando (quero
dizer pulando, pois ando que nem um saci) ate a porta. Estou braba, com dor no
pé, com o coração apertado pela foto (que ainda esta em meus pensamentos). Uma
lagrima rolou pelo meu rosto. Mas não sei dizer se é pela raiva ou pela dor.
Quando chego à saída, apoio o pé direito no
chão pra me dar um pouco de equilíbrio e abro a porta. Escuto Rafael soltar o
ar com força.
- Mari, espera. Desculpa-me. Fala ele com a
voz baixa.
- Vou embora Rafael, outra hora nos falamos.
Falo com a voz embargada, já saindo.
- Mari,
por favor, espera. Deixa que eu te leve. Fala ele andando em minha direção.
- Não, vou de taxi. Não quero mais brigar com
você. Falei baixo. Pois meu pé estava doendo muito.
Rafael me alcançou e me segurou. Virou-me em
seus braços e me encostou-me à parede. Olhou em meus olhos e me beijou.
Primeiro de leve, como (infelizmente) correspondi, ele aprofundou o beijo. E
que beijo.
Já falei que fico burra perto dele?
Então...aconteceu de novo....só que dessa vez foi pior, pois ele estava me
beijando. Sonhei durante muito tempo por um beijo dele. Jesus. Como ele beija
bem. Quando nossas bocas se afastaram. Ele disse baixinho.
- Desculpa Mari. Me exaltei. Não deveria ter
falado aquelas coisas. Realmente não te conheço, mas quero conhecer.
Fui pro céu e voltei. Até a dor do pé eu
esqueci, até a foto....opa, a foto.
A foto.
Empurrei Rafael, e perguntei.
- Quem é aquela da foto? Porque você ficou
serio quando falei da foto?
Ele me olhou e não respondeu. Sai de seus
braços e entrei no elevador. Nenhum dos dois falou mais nada. Apenas nos
olhamos.
Dari Polini
P.S. Todos os nomes são fictícios
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